quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Médica paraibana, de 45 anos, foi a pioneira em relacionar casos de microcefalia com o vírus zica vírus do Aedes aegypti

Doutora Adriana Melo descobriu a origem dos novos casos de microcefalia no Nordeste
Medicina, saúde e doença - A exatos 16 anos que a médica Adriana Melo trabalha no setor de medicina fetal do Isea, principal maternidade pública se Campina Grande, o que lhe permitiu através de sua dedicação e experiência desvendar o mistério do aumento astronômico de casos de microcefalia no Nordeste.

Mosquito Aedes aegypti vetor do Zica vírus
Desde agosto, os médicos quebravam a cabeça para saber o que estava acontecendo. Em outubro e novembro do ano passado ela compartilhou a angústia de duas pacientes grávidas de bebês que nasceriam com microcefalia. Adriana  Melo estabeleceu a relação entre o vírus Zica e a má formação do cérebro de milhares de crianças, ela suspeitou que estava diante se um novo padrão de microcefalia. "Eu nunca tinha visto casos de destruição do cérebro dos fetos com tamanha virulência", disse ela.

Micrografia eletrônica do vírus Zika.
Partículas virais com 40nm de diâmetro
com núcleo denso e cápsula exterior
(Fonte CDC)
Havia a pista; todas as pacientes tiveram manchas vermelhas na pele e coceira durante as primeiras semanas de gravidez. O Zica era visto como uma modalidade branda da dengue. O governo da Paraíba custeou a viagem das mulheres para elas serem examinadas em São Paulo, em novembro, por iniciativa de Adriana Melo, a Fiocruz recebeu material colhido nas pacientes. Em poucos dias, bateu o martelo. 

Duas semanas depois, o Ministério da Saúde decretou uma emergência Sanitária após três meses do surgimento das primeiras suspeitas. Acredita-se que a doença tenha chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo de 2014 através da entrada de turistas de diversas partes do Mundo, inclusive, de áreas atingidas pelo vírus Zica de forma mais intensa como África - onde surgiu - e a Ásia.

Em 2014 o Brasil teve 147 casos de microcefalia. Em apenas quatro meses, os casos suspeitos chegam a 3.893. Segundo a Fiocruz, os registros poderão chegar a 16.000 neste ano.

A doutora Adriana tem doutorado na Unicamp, seu salário é de R$ 3.800,00 mensais por 20 horas de trabalho semanais. Com bonificações de produtividade pode chegar a R$ 6 mil. Mantém uma clínica privada onde ganha mais trabalhando menos. Desde que ela saiu por aí confirmando a relação entre o vírus Zica e os novos casos de microcefalia congênita (quando adquirido por gestante - afetando o feto), recebeu críticas e zombarias e silêncios, outros deram ouvidos. Mas ela não se deixou abater foi em frente e calou aqueles que simplesmente se calaram ou que depois vinheram lhe dar os parabéns.

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