segunda-feira, 13 de julho de 2015

Agência Nacional das Águas limitam uso de água de reservatórios ao consumo humano

Barragem Armando Ribeiro Gonçalves em Assú/RN
Está com 23% da capacidade de armazenamento.
No Nordeste do Brasil, a Agência Nacional de Águas - ANA - decidiu limitar o uso da água dos reservatórios do Rio Grande de Norte apenas para o consumo humano.

O nível dos açudes está muito baixo. Os 327 reservatórios dos nove estados do Nordeste monitorados pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca estão em média com 23% da capacidade de armazenamento. O Rio Grande do Norte é o quarto com o menor nível.

A maior barragem do estado, Armando Ribeiro Gonçalves localizada em Assú na região Oeste Potiguar abastece mais de 500 mil habitantes distribuídos em 35 municípios, está hoje com pouco mais de 28% da capacidade. É a pior situação desde a inauguração em 1983.

Açude Itans em Caicó/RN.
Está com menos de 10% da capacidade de armazenamento.
Em Caicó, o açude Itans está com menos de 10% da capacidade. Mato seco em vez de água. O nível do reservatório chegou ao volume morto e o abastecimento das cidades ao redor está comprometido. “-Em função dessa seca que assola a nossa região, os bairros estão em sistema de rodízio. Os bairros da cidade de Caicó, 48 horas com água e 48 horas sem água”, diz Bruno Medeiros, engenheiro da CAERN.

Falta água para as pessoas e para os animais. Numa fábrica de queijos, a crise já gerou um corte de 30% na produção. Em um ano, a empresa, que tinha 15 funcionários, teve que demitir três. “Agora, para o final do ano, a gente espera ainda que a situação seja agravada”, aponta Alane Kaline Araújo, gerente da queijaria.

E é a mesma expectativa da meteorologia, que nunca registrou seca desse porte. “-No período de 79 a 83, a média anual de chuva ficou em torno de 580 milímetros. E, agora, nesse último período seco, inclusive nós estamos vivendo, ele está em torno de 380, 400 milímetros”, explica Gilmar Bristot, meteorologista.

E, se água não vem do céu, a alternativa é buscá-la no subsolo. “-De fevereiro para cá, nós já perfuramos mais de 150 poços. A meta é que a gente perfure, pelo menos até setembro, no mínimo mais 46 poços instalados”, diz o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte, Mairton França.

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